quarta-feira, 26 de maio de 2010

Lives Were Being Lived

Tu estavas lá por baixo. Nos pés de rio da minha rua. A matares o que sobra de um desejo que já foi. Rias. Era Verão ou pelo menos calor. Tudo da cor dourada daquela hora do dia. Até voltares para casa. Para longe do azul. A recuar para dentro da cidade. A ganhar balanço para noutro dia, noutro fim, saíres de trás da tristeza. Agora voltas sozinho. A casa quente, o silêncio do dia ali quieto, suspenso no calor. Ainda agitas a alegria mas só te responde a memoria do regresso. Desces para o sono. Seguro.

A ti vejo-te toda desvelos. Impondo um mundo ao mundo. Aconchegas a felicidade ao peito e ela mama. Esperneia deitada. Sorri de volta. Não tarda nada fica fugidia. É assim a felicidade. Tem natureza. A sua. Ajeitas uns óculos que detestas. Espreitas por cima de uma coisa qualquer. Está tudo ali á tua frente.

e agora nós. Tu ansiosa á espera de um táxi. Que tarda. Entrave entre onde estás e a parte de ti que fica sempre aqui. Consigo ver-te. Relógio. Suspiro. Impaciência. Mensagem. Já parto. Já chego. Eu espero. Sorrimos os dois. Longe. Chegas. Resgatas-me de mim mesmo. E vivemos.

Our lives being lived.

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